Análise do adversário: VfL Wolfsburg aperta o botão de recomeçar

Após a saída do técnico Paul Simonis e do diretor esportivo Sebastian Schindzielorz durante a última pausa para jogos das seleções, o clima no VfL Wolfsburg é de recomeço. A intenção é que esse novo começo já dê resultados neste sábado, 22 de novembro (início às 11h30, horário de Brasília, com transmissão na conferência pelo DAZN e no jogo completo pela Sky e WOW), no duelo contra o Werkself. A seguir, a análise do adversário.
Christian Eriksen und Co.

POSIÇÃO

São tempos difíceis para o VfL Wolfsburg. Apenas oito pontos foram conquistados após dez rodadas. Duas vitórias, dois empates, seis derrotas: os Wolves ocupam atualmente a 14ª posição na tabela, com apenas três pontos de vantagem sobre o lanterna, o 1. FC Heidenheim 1846. Soma-se a isso a eliminação na 2ª fase da Copa da Alemanha, em casa, para o Holstein Kiel (0 x 1), da 2ª divisão. A diretoria do clube reagiu à queda contínua de desempenho após o 1 x 2 contra o SV Werder Bremen e, na pausa para jogos de seleções, se separou do técnico Paul Simonis. O holandês havia chegado no verão vindo do Go Ahead Eagles, da Eredivisie. Depois de um início razoável de temporada, com uma vitória sobre o Heidenheim (3 x 1) e dois empates contra o 1. FSV Mainz 05 (1 x 1) e o 1. FC Köln (3 x 3), a equipe entrou em forte declínio. Em seguida, vieram sete derrotas entre Bundesliga e Copa, apenas interrompidas por uma vitória sobre o recém-promovido Hamburger SV (1 x 0). Por fim, em Bremen, os Wolves até saíram na frente com Mattias Svanberg fazendo 1 x 0, mas desmoronaram no segundo tempo e levaram dois gols na reta final. Enquanto o Werder finalizou 15 vezes, os visitantes não conseguiram sequer uma finalização na segunda etapa.

48 horas depois, Peter Christiansen, diretor de esportes do VfL, comentou a saída de Simonis: “No futebol, no fim das contas, contam resultados e pontos, e a evolução das últimas semanas não foi como todos nós esperávamos. Após um intenso diálogo com o conselho, chegamos à conclusão de que agora é necessária uma mudança para trazer estabilidade e sucesso ao campo. Todos nós temos responsabilidade pela situação atual, a diretoria esportiva, a comissão técnica, os jogadores e todo o clube.” Poucos dias depois de Simonis, o diretor esportivo Sebastian Schindzielorz também deixou o cargo.

Dias turbulentos, portanto, para os Wolves, que agora querem apertar o botão de recomeçar. O então técnico do sub-19, Daniel Bauer, assume o time principal até nova decisão. Já na temporada passada, o treinador de 43 anos havia assumido interinamente a equipe a duas rodadas do fim, após a saída de Ralph Hasenhüttl, e somado quatro pontos com o VfL contra a TSG Hoffenheim (2 x 2) e o Borussia Mönchengladbach (1 x 0). Agora, Bauer deve dar um novo fôlego a um elenco ambicioso, que até aqui conseguiu explorar seu potencial poucas vezes.

ELENCO

Apenas dois treinos com o elenco completo restaram ao técnico interino para preparar a partida contra o Werkself. Após o 1 x 2 em Bremen, 13 jogadores viajaram para compromissos com suas respectivas seleções. Dois atletas de ataque retornaram mais cedo a Wolfsburg por lesão. Enquanto, no caso do artilheiro Mohamed Amoura (quatro gols, duas assistências), os problemas musculares provavelmente não são tão graves a ponto de colocarem em risco sua presença no sábado, Adam Daghim está fora contra o Bayer 04. “Ele tem um problema nas costas que agora precisamos tratar. Por isso, está definitivamente fora do próximo fim de semana”, explicou Bauer já na última terça-feira. Apesar do pouco tempo de preparação com todo o grupo antes do importante jogo em casa contra o Schwarz-Rot, o treinador do VfL se mostrou otimista. Parte dos jogadores que estiveram com as seleções “já conhece a nossa abordagem básica e nossos princípios. Isso torna tudo mais fácil”, afirmou o técnico de 43 anos.

Ao menos, houve também algumas boas notícias em termos de elenco: os meio-campistas Yannick Gerhardt e Lovro Majer, que haviam desfalcado a equipe em Bremen, voltaram a treinar com o grupo. No meio-campo central, quase sempre foram titulares o recém-chegado e principal contratação Vinicius Souza (ex-Sheffield United) e o capitão Maximilian Arnold. Até aqui, Souza foi titular em todas as dez partidas da Bundesliga, assim como o goleiro Kamil Grabara.

É na defesa, porém, que o VfL enfrenta atualmente seus maiores problemas. Bauer continua sem poder contar com Joakim Maehle (ombro), Kilian Fischer (tornozelo) e Rogerio (cirurgia no joelho). Dois dias após a demissão do técnico Paul Simonis, o clube anunciou que o zagueiro Moritz Jenz sofreu uma grave lesão muscular e ficará fora por tempo indeterminado. O meio-campista Jesper Lindström (lesão na região da virilha), um dos seis dinamarqueses do elenco do VfL, também segue ausente. Seu compatriota Christian Eriksen, que está no clube desde setembro, tem sido o titular na função de meia ofensivo.

Eriksen, Lindström, Maehle e os atacantes Jonas Wind e Andreas Skov Olsen são todos muito bem conhecidos pelo técnico do Bayer 04, Kasper Hjulmand, de sua época como treinador da seleção dinamarquesa. Com Eriksen, em especial, existe uma ligação bastante emotiva. O recordista de jogos pela Dinamarca (147 partidas pela seleção) sofreu uma parada cardíaca súbita na partida de abertura da Euro 2021, em Copenhagen. Hoje com 33 anos, ele lutou para voltar à vida e ao futebol com um marca-passo, jogando na Premier League pelo Brentford e pelo Manchester United (de 2022 a 2025) após sair da Inter de Milão. O VfL Wolfsburg é agora sua primeira experiência na Bundesliga.

PROBLEMAS

Na Volkswagen Arena, o VfL não venceu nenhuma de suas últimas 13 partidas em casa pela Bundesliga (7 empates, 6 derrotas). Esse é o recorde negativo do clube. De modo geral, os Wolves conseguiram apenas uma vitória diante da própria torcida neste ano: 5 x 1 contra o Mönchengladbach, em janeiro de 2025. Também o retrospecto em casa contra o Bayer 04 é frustrante na visão do Wolfsburg. Há nove jogos e mais de dez anos o VfL não vence o Werkself como mandante (3 empates, 6 derrotas). Nos últimos sete jogos em casa contra o Leverkusen, o Wolfsburg marcou apenas um gol.

Na atual temporada, o ataque da equipe da Baixa Saxônia também vem se mostrando pouco eficiente: nas últimas oito partidas, o VfL marcou apenas cinco gols. Ainda assim, o Wolfsburg poderia estar em situação melhor na tabela se não tivesse desperdiçado dez pontos depois de sair na frente, uma vez que é a pior marca da liga. Chama a atenção o fato de que, em três ocasiões, o VfL deixou escapar pontos importantes na reta final ou nos acréscimos, como aconteceu mais recentemente no 1 x 2 em Bremen.

PONTO FORTE

A maior ameaça ofensiva do VfL vem de dois reforços: Mohamed Amoura, contratado no verão junto ao Union Saint-Gilloise, clube belga participante da Champions League, é o principal pontuador da equipe, com quatro gols e duas assistências. O atacante argelino pode atuar como centroavante ou ponta esquerda. Já Adam Daghim, que chegou por empréstimo do RB Salzburg, marcou duas vezes até aqui e imprime uma velocidade enorme ao ataque. O atualmente lesionado atacante da seleção sub-21 da Dinamarca é, com 35,79 km/h, o quinto jogador mais rápido da liga. Também o meio-campista central Mattias Svanberg, utilizado com frequência como ponta esquerda, é sempre perigoso na frente: o sueco já marcou duas vezes nesta temporada. O trio Amoura, Daghim e Svanberg é responsável por oito dos doze gols do VfL.

A jovem promessa Dzenan Pejcinovic ainda não marcou em suas oito aparições até o momento. Mas é bem possível que o técnico interino Bauer passe a apostar ainda mais no atacante da seleção sub-21 da Alemanha. Os dois se conhecem muito bem do sub-19 do VfL. Foi sob o comando de Bauer que Pejcinovic deu o salto e se tornou atacante de Bundesliga.

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