
A derrota por 3 x 0 diante do TSG Hoffenheim no último sábado foi a oitava do FC Augsburg em doze partidas da Bundesliga, e a quinta nos últimos seis jogos oficiais. O resultado teve consequências: na segunda-feira, o clube e o técnico Sandro Wagner decidiram, em comum acordo, seguir caminhos diferentes. Wagner, ex-auxiliar do técnico da seleção Julian Nagelsmann, havia assumido o comando da equipe no verão e chegou a trazer uma onda de otimismo. No entanto, segundo o diretor executivo Michael Ströll, após a derrota em Sinsheim houve uma mudança de dinâmica que levou à decisão. “Queríamos seguir no mesmo caminho, mas quando percebemos que o treinador-chefe já não estava totalmente convencido, isso muda completamente a situação”, explicou. Após boas exibições no início da temporada, como as vitórias sobre Freiburg (3 x 1), Wolfsburg (3 x 1) e Hamburgo (1 x 0), além do empate em Colônia (1 x 1), vieram atuações decepcionantes. No fim de outubro, o Augsburg sofreu três derrotas seguidas em casa: 0 x 6 para o Leipzig, 0 x 1 para o Bochum na Copa da Alemanha e 0 x 1 para o Dortmund, todas sem marcar gols.
Para os três jogos restantes na Bundesliga, Manuel Baum assume como técnico interino. Ele já treinou o clube entre dezembro de 2016 e abril de 2019, e voltou como diretor de desenvolvimento e inovação. Agora, tentará mudar o rumo da equipe contra Leverkusen, Frankfurt e Bremen, enquanto a diretoria busca uma solução definitiva. “Não se trata só de tática, mas dos valores que nos definem e que precisam estar em campo novamente”, disse Baum antes do duelo contra o Bayer 04. Valores como espírito de luta e paixão, tradicionalmente associados ao Augsburg, mas que nem sempre se refletem nas atuações recentes. Baum quer acirrar a disputa interna por posições: “Cada jogador precisa se mostrar. Não é hora de se esconder.” O Augsburg ocupa atualmente a 14ª posição, com 10 pontos — apenas dois acima da zona de play-off do rebaixamento.
O técnico Manuel Baum continuará sem poder contar com o capitão Jeffrey Gouweleeuw, de 34 anos, que segue afastado por lesão no ligamento do joelho. Para sua posição na zaga de três defensores, o treinador conta com boas opções: os recém-chegados Cedric Zesiger (ex-Wolfsburg) e Chrislain Matsima (ex-Mônaco), além do americano Noahkai Banks, têm sido titulares. Keven Schlotterbeck também volta a estar disponível após cumprir suspensão.
No meio-campo, os reforços Robin Fellhauer (ex-Elversberg) e Han-Noah Massengo (ex-Burnley) têm sido titulares, mas há também jogadores experientes como Elvis Rexhbecaj e Kristijan Jakic, que deram mais estabilidade ao time após entrarem no segundo tempo contra o Hoffenheim. Nas alas, atuam frequentemente Dimitrios Giannoulis pela esquerda e Marius Wolf ou Anton Kade pela direita. Kade, vindo do Basel no fim de agosto, foi o herói da vitória por 1 x 0 sobre o Hamburg com seu primeiro gol na Bundesliga.
Na criação ofensiva, os destaques são o jovem Mert Kömür e o suíço Fabian Rieder. Kömür, revelado pelo clube, já soma dois gols e duas assistências, enquanto Rieder, emprestado na última temporada ao Stuttgart e contratado do Rennes, lidera as estatísticas do time com três gols e duas assistências. No ataque, porém, os centroavantes Phillip Tietz, Samuel Essende, Alexis Claude-Maurice e Elias Saad ainda não mostraram o rendimento esperado — Essende e Tietz marcaram apenas uma vez cada, enquanto Saad (ex-St. Pauli) e Claude-Maurice ainda não balançaram as redes na Bundesliga 2025/26.
A defesa tem sido o maior calcanhar de Aquiles. O Augsburg já sofreu 27 gols em 12 jogos — a pior marca da liga, empatado com o Heidenheim. O goleiro Finn Dahmen tem buscado a bola no fundo do gol com frequência preocupante. Na derrota para o Hoffenheim, o time sofreu gols decisivos em poucos minutos. “Começamos bem nos primeiros cinco ou seis minutos, depois tivemos 25 minutos catastróficos que arruinaram a partida”, lamentou o então técnico Wagner.
Situação semelhante ocorreu nas derrotas por 4 x 1 para o Mainz e 6 x 0 para o Leipzig, ambas em casa. Contra o Mainz, o time já perdia por 2 x 0 em meia hora e ainda levou mais dois gols mesmo com um jogador a mais. Contra o Leipzig, sofreu quatro gols apenas no primeiro tempo, sendo constantemente pego em contra-ataques. No ataque, o rendimento também está abaixo do esperado: os atacantes Essende, Tietz, Saad e Claude-Maurice não têm apresentado eficiência.
Apesar das fragilidades, o Augsburg se destaca pela entrega coletiva e disposição em campo. É uma das equipes que mais corre na Bundesliga, ficando atrás apenas de Hoffenheim, Colônia e Bayern, com 1.452 km percorridos. Também é uma das que mais disputam duelos — a quarta da liga nesse quesito. A intensidade se reflete nos números disciplinares: são 33 cartões amarelos (mais do que qualquer outro time) e 158 faltas cometidas, ficando entre os cinco clubes mais faltosos.
Mesmo com tanta agressividade, a taxa de sucesso nos duelos individuais é de apenas 48%. Em compensação, o Augsburg lidera o campeonato em aproveitamento de grandes chances: 56% das oportunidades claras são convertidas. Outro dado positivo é a distribuição dos gols: 12 jogadores diferentes marcaram os 15 gols do time até aqui.