Análise do adversário: Mönchengladbach troca de treinador e busca dar novo impulso

O Borussia Mönchengladbach vive dias turbulentos. Após dez jogos seguidos sem vitória, somando todas as competições, e cinco partidas consecutivas sem marcar gols, o clube decidiu na última segunda-feira encerrar o trabalho do técnico Gerardo Seoane. No próximo domingo, 21 de setembro, às 12h30 (horário de Brasília, transmissão ao vivo no DAZN e na Werkself-Radio), a equipe será comandada contra o Werkself pelo então treinador do sub-23, Eugen Polanski, que espera, de preferência já na BayArena, iniciar a virada na temporada. A análise do adversário.
Eugen Polanski

POSIÇÃO

“Após uma análise intensa do nosso início de temporada, chegamos à conclusão de que precisávamos fazer uma mudança na posição de treinador principal”, explicou Roland Virkus, diretor de futebol do Borussia, sobre a saída de Gerardo Seoane. Segundo ele, já o final da última temporada, quando a equipe não venceu nenhum dos últimos sete jogos (cinco derrotas e dois empates), ficou bem abaixo do esperado. O Gladbach caiu do 5º para o 10º lugar e terminou distante das vagas internacionais.

O início da temporada atual também foi instável. Na primeira fase da Copa da Alemanha, os Potros sofreram para vencer o modesto Atlas Delmenhorst, da quinta divisão, por 3 a 2. Pela Bundesliga, após o empate em 0 a 0 na estreia contra o recém-promovido Hamburgo, fora de casa contra o Stuttgart o time mostrou empenho, mas desperdiçou boas chances e perdeu por 1 a 0. No último domingo, veio a derrota pesada por 4 a 0 para o Werder Bremen. No Borussia-Park, mesmo com muito mais posse, faltaram precisão e consistência tanto na defesa quanto no ataque. “E, no fim das contas, também energia”, disse Virkus.

No dia seguinte, chegou ao fim a passagem de pouco mais de dois anos de Gerardo Seoane pelo clube. O presidente Rainer Bonhof afirmou: “Dar agora um novo impulso é o passo certo.” Por ora, o treinador do sub-23, Eugen Polanski, assume a equipe. Ex-meia da Bundesliga, ele é formado na base do Gladbach, defendeu o clube por 14 anos (54 jogos oficiais) e ainda atuou no Getafe, no Mainz 05 e no Hoffenheim. Roland Virkus explicou a escolha: “Eugen é um treinador jovem, ambicioso e cheio de energia, que esperava por essa chance. Ele merece pela boa performance no sub-23. Como borussen, conhece o clube a fundo e também já tem ligação com o elenco profissional. Não vejo problema para ele chegar agora e fazer a equipe render.”

ELENCO

A equipe seguirá por um tempo sem seu artilheiro e capitão Tim Kleindienst, que passou por cirurgia no menisco e ficou fora do início da temporada. A volta deve ocorrer apenas em outubro, depois da Data Fifa. A seca de gols, claro, tem a ver com sua ausência. Na temporada passada, o atacante marcou 16 gols e deu nove assistências. O jogo dos Potros era bastante moldado ao estilo do centroavante de 30 anos, e sua ausência deixou um vazio difícil de preencher. Para piorar, Alassane Plea deixou o clube no verão após sete anos e foi para o PSV Eindhoven. O francês tinha sido o segundo maior marcador da equipe no último campeonato, com 11 gols e seis assistências.

Outros problemas ofensivos: Nathan Ngoumou, ponta-direita, rompeu o tendão de Aquiles e não está disponível. Robin Hack também virou baixa: o clube anunciou na sexta-feira que o atacante de 27 anos sofreu uma lesão no menisco do joelho direito e precisará de cirurgia.

Mesmo assim, o Gladbach criou diversas chances nas primeiras rodadas, com muitos cruzamentos, mas faltou quem concluísse. Haris Tabakovic, contratado por empréstimo do Hoffenheim, ainda não mostrou presença de área, assim como Shuto Machino, vindo do Holstein Kiel. O japonês, que pode jogar centralizado ou pelos lados, marcou 11 vezes e deu quatro assistências na última temporada, mas ainda não deslanchou na nova equipe. Outros reforços, como Giovanni Reyna (ex-Borussia Dortmund) e Jens Castrop (ex-Nürnberg), também não conseguiram ser decisivos no ataque.

Na defesa, Kevin Diks é a nova peça de confiança. O zagueiro/lateral de 28 anos veio do FC Copenhagen e pode atuar em diferentes funções. Já Ko Itakura, importante na temporada passada e autor de três gols, se transferiu para o Ajax, onde disputa a Champions League. Julian Weigl também deixou o clube após três anos, rumando para o Al-Qadisiyah, da Arábia Saudita.

PROBLEMAS

Quando o ataque do Borussia vai, enfim, destravar? A falta de gols é um lado da moeda. O outro, igualmente preocupante, é a defesa. Nos últimos cinco anos, os Potros sofreram em média quase 60 gols por temporada. Após o 0 a 4 diante do Bremen, é provável que Eugen Polanski, em sua estreia no domingo contra o Werkself, foque primeiro em organizar a retaguarda.

PONTO FORTE

Apesar das dificuldades, o elenco do Gladbach tem muito potencial, sobretudo ofensivo. Nas três primeiras partidas da Bundesliga, o time criou muitas chances: foi o segundo que mais finalizou (51 chutes), o segundo que mais cruzou durante o jogo (62 vezes) e o que mais cobrou escanteios (21). Em Kevin Stöger, a equipe ainda conta com um especialista em bolas paradas. Nos passes e na precisão de passe, o time também está entre os cinco melhores da liga. O Borussia tem dinamismo, velocidade e alegria de jogar, características clássicas do “Fohlen-Fußball”. Só falta a bola entrar.

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